Na verdade, comecei a escrever este texto no início de abril passado... Nem sei explicar porque parei no segundo parágrafo, talvez aquela frase “DIAS DE FÚRIA” além de me incomodar parecia ser reveladora de acontecimentos tristes e inevitáveis e ainda pior... recorrentes! Hoje, dia 09 de julho, resolvi continuar a escrever e terminar.
Quem não se lembra do filme "UM DIA DE FÚRIA", protagonizado pelo ator Michael Douglas? A história mostrava o comportamento de um homem irritado, tenso, com problemas pessoais e familiares e que não suportando ficar preso no enorme engarrafamento numa avenida de Los Angeles (EUA), abandona o carro no meio do trânsito e sai caminhando, manifestando toda a sua tensão e revolta em situações inusitadas até chegar à festa de aniversário de sua filha que não via há meses devido ao divorcio. Um personagem anônimo, aparentemente inofensivo, com problemas comuns mas que atingem proporções desmedidas quando somados a uma situação de stress num trânsito caótico...
Temos assistido a desfechos trágicos nas discussões causadas pela impaciência e intolerância diante das estressantes jornadas da casa para o trabalho e vice versa. Já percebemos de forma contundente que a tecnologia e o progresso também trazem prejuízos ambientais, financeiros e emocionais, interferindo na qualidade de vida de todos nós. Esbravejamos, reclamamos, discutimos veementemente prováveis soluções e concluímos que qualquer proposta parece ser nitidamente ineficaz e assim continuamos a nos sentir impotentes. Não nos esqueçamos que o caos também se fundamenta no comportamento das pessoas que parecem cada vez mais dispostas a se tornarem incompetentes sociais... A comunicação interpessoal envolve componentes verbais (o volume e a entonação da voz, a clareza da pronúncia) e componentes não verbais (a expressão facial, os gestos, a postura, o contato físico, a aparência pessoal). Desaprendemos a comunicação assertiva para uma convivência sadia e não devemos buscar desculpas para mergulharmos definitivamente neste descontrole coletivo.
A competência social descreve uma relação saudável e construtiva envolvendo a defesa do “eu” sem agredir a do “outro”. Esta assertividade revela uma expressão de interesses, opiniões e sentimentos, sem ansiedade excessiva, estabelecendo uma comunicação equilibrada e madura. Duas ou mais pessoas em discordância podem comunicar-se de forma assertiva desde que, mesmo mantendo a sua posição respeite os argumentos do outro.
Precisamos urgentemente mudar nosso comportamento para que os DIAS DE FÚRIA sejam apenas temas de ficção... Impossível? Para saber, necessitamos avaliar o grau em que chegou a nossa incompetência social e rever os nossos conceitos.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
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