Gostamos de ressaltar que o nosso País passou pela crise financeira internacional sem grandes sobressaltos. Os noticiários repetem frequentemente que a renda do cidadão brasileiro aumentou e consequentemente o poder de compra revela um consumismo desenfreado. Os brasileiros estão mais informados, mais viajados, integrados e participativos em relação a vários assuntos.
Os jovens perderam o respeito aos princípios de boa convivência com a família e até mesmo com outros jovens; os idosos acreditam que tendo vivido tantos anos têm uma certa sabedoria e acabam relevando atitudes pouco louváveis e muitos se comportam como se fossem adolescentes desorientados. Enfim, todos nós estamos mais próximos da informação mas muito distantes da “compreensão do outro”.
Vivemos uma crise onde a intolerância, a intransigência e a truculência predominam no relacionamento humano. Nem é necessário citar a ausência de ética e os contraditórios valores morais e sociais. O que está acontecendo conosco? Por que não conseguimos compreender o outro e achamos (ou temos a certeza) de termos uma percepção plena de nós mesmos? Por que tantos de nós tenta agir de forma ponderada e respeitosa mas se aflige interiormente travando diálogos íntimos angustiantes, considerando aquele que fingimos entender como um ser complicado, difícil de aceitar? Por que lidamos tão mal com as diferenças?
Afinal, o certo e o errado envolvem contextos e argumentos totalmente subjetivos, portanto decorrentes de processos emocionais influenciados por inúmeros fatores internos e externos. Oscilamos entre os diferentes graus de atividade e passividade, humildade e arrogância, amor e desamor, apego e desapego, tolerância e intransigência e por aí vai... Qual seria a solução para essa grande crise? Qual o melhor caminho para o equilibrio?
Tenho pensado muito nessas evidências e de certa forma tentado desenvolver a minha capacidade de auto-entendimento para poder perceber melhor as razões da minha dificuldade em aceitar pessoas e situações que me transtornam emocionalmente e transgridem os valores que me foram transmitidos pela família, pelas experiências que vivenciei e pelas influências que conforme minha análise foram positivas.
Na verdade, a aprovação nos dá auto-confiança, uma sensação de cumplicidade do outro e quando nos deparamos com oposições aos nossos pontos de vista nos sentimos contrariados e irritados! Porém, devemos considerar estas contestações como ótimas oportunidades para reavaliar conceitos, refletir sobre nossa postura e “aceitar o outro” como ele é... pois quase exigimos ser aceitos como somos... Se não queremos ou achamos que não devemos mudar a nossa forma de ser, então, por que desejar que o outro mude?
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