quarta-feira, 5 de outubro de 2011

EU CENSURO, VOCÊ CENSURA, NÓS CENSURAMOS...

Discutir sobre censura envolve certa complexidade. Uma pergunta que polemiza qualquer resposta: “O que diferencia a censura manifestada por um cidadão comum daquela expressa por um juiz?”  Na verdade, o que uma pessoa pode considerar natural, pode para outra, ser entendido como absurdo ou equivocado. Como chegar então ao admissível sem causar controvérsias muitas vezes desnecessárias? É evidentemente impossível!

Qual é a mais íntegra; a censura abalizada em normas legais ou a censura baseada na retidão, na equidade de princípios éticos e morais que nos foram transmitidos por ascendentes e através de pessoas que admiramos? Neste caso, somos influenciados e moldamos nossos julgamentos, nos deparando com a autocensura que de alguma forma intervém na afirmação de uma crítica ou desaprovação.

Quando ousamos apostilar sobre a censura em nosso País, resvalamos sempre na hipocrisia e na falta de coerência de opiniões.  A nossa capacidade de avaliar as próprias atitudes na maioria das vêzes torna-se tímida e pouco perceptiva, ao passo que julgar o comportamento alheio pode evidenciar o nosso lado cáustico e nada tolerante.

Precisamos aceitar que toda e qualquer censura terá sempre vestigios subjetivos e é importante ponderar cuidadosamente sobre nossos julgamentos e admitir que dificilmente será uma consideração inflexível. Partamos do princípio que nada é definitivo. Hoje posso gostar do vermelho que me lembra força, determinação, aventura... Amanhã, essa cor poderá me trazer a impressão de ferida não cicatrizada e me provocar angústia. Você achou o exemplo bobo? Analise a sua censura! Tudo dependerá da sua e da minha experiência pessoal... 


Não existe uma fórmula de coexistência pacífica quando se trata de censura e liberdade de expressão. A censura explícita, ou seja, aquela que é amparada pela legislação, pode ser intimidadora, capaz de impedir as pessoas de se expressarem ou de demonstrarem apoio a certas idéias, receando retaliações profissionais ou pessoais. Já a censura velada é hábil na manipulação dos meios de comunicação, como rádio, televisão, jornais, revistas, etc. Trata-se de uma interferência disfarçada, que vigia tais segmentos objetivando articular ou desarticular informações que possam comprometer interesses políticos frente a opinião pública, com o pretexto de resguardar o povo e até mesmo a nação.
O que dizer então, das censuras subliminares? Mensagens ocultas em videos, músicas, notícias, publicidades, etc. São percebidas pelo subconsiente e induzem àqueles que as observam a se interessar por alguma coisa, a fazer algo, como comprar, fumar, beber... 

Assim, acabamos manipulados, pois sempre gostamos de dizer que “não temos tempo para nada, apenas refletindo e raciocinando sobre o indispensável... ou o suficiente para aprendermos a operar os incontáveis aparelhos tecnológicos (e quando aprendemos já está na hora de trocar por outro, convencidos de que tornaram-se obsoletos num curto espaço de tempo. Pelo menos é o que insinuam velada ou escancaradamente as massacrantes propagandas!) e administrar o incessante “bombardeio” de notícias via Internet e outros veículos de informação.

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